Por Redação Araçatuba em Foco
Um recado deixado por uma aluna que não conseguiu fazer a lição passada pela escola viralizou nas redes sociais. A estudante - que deixou a atividade em branco - justificou não ter cumprido o exercício porque ninguém quis fazer com ela em casa. Ela está no 5º ano de uma escola pública municipal de São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba.
O recado foi publicado ontem pela professora Rosiani Machado, de 50 anos. Um dia depois, a postagem conta com mais de 6.700 reações e 11 mil compartilhamentos. A atividade pedia para os alunos preencherem os quadrados de um jogo da velha.
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Os exercícios pedagógicos ocorrem remotamente em São José dos Pinhais por causa da pandemia do novo coronavírus. A cidade registra 1.814 casos de covid-19. "Desculpa, prof, não ter feito essa lição. Ninguém quis fazer comigo", justificou a menina na lição.
A professora respondeu com a promessa de que ajudaria a aluna no retorno das aulas. "Meu amor. Vou fazer com você quando retornarmos. Prometo. Se cuida, minha flor", escreveu Rosiane.
"Chorei bastante e faltou chão", diz professora Segundo Rosiani, é a primeira vez que recebe um recado assim de algum aluno onde dá aula, na escola Prof. Floresvaldo Meres de Creddo. Ela conta que não tinha intenção de fazer a lição repercutir, mas de desabafar pela forma como a pandemia do novo coronavírus afetou as atividades pedagógicas com as crianças. "Publiquei isso e não imaginava toda essa repercussão. Foi mais um desabafo. Não quis culpar ninguém. Eu desabafei por toda essa situação que estamos vivendo na pandemia, a forma como está afetando todo mundo", comentou.
A professora acredita que aluna se sentiu à vontade para deixar o recado porque é o segundo ano consecutivo que dá aula para a turma da menina desde o ano letivo de 2019. "Está sendo um desafio enorme para gente. Quando nos deparamos com uma situação dessa, a gente fica muito mexida e aflora os sentimentos. Nunca me deparei com isso e veio aquele impacto quando vi. Chorei bastante e faltou chão, pois queremos fazer algo pelas crianças e ao mesmo tempo estamos impotentes", finaliza a educadora.
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